quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Kill to get crimson


Apesar de o início do processo de aproximação ao universo folk americano ter começado ainda no último disco dos Dire Straits, e no seu percurso a solo Mark Knopfler ter assinado discos com Chet Atkins ou Notting Hillbillies, a verdade é que a critica nunca o levou muito a sério nas suas intenções de ser um músico mais integrado nas raízes americanas do que britânicas.
Desde 1996, ano da edição de «Golden Heart», Mark Knopfler gravou 4 discos a solo. Todos no mesmo registo, mas sempre longe da atenção do grande público. No entanto, se juntasse o melhor de cada álbum poderia apresentar um resultado digno dos grandes interpretes do género.
Há um ano, realiza um sonho antigo de gravar um disco com a senhora Emmylou Harris. Com tão ilustre companhia, tudo muda na carreira de Knopfler e desta vez centra atenções, e elogios. O disco «All The Roadrunning» chega, inclusivamente, às tabelas de vendas dos países mais importantes. A parceria resulta tão bem que é editado um disco ao vivo da digressão de Knopfler e Harris, Real Live Roadrunning.
Foi o que chegou para que Mark Knopfler passasse a ser visto com a atenção que merece e, finalmente, a imprensa percebe que há alguém para lá da figura de fita da cabeça dos anos 80 que vale a pena descobrir no contexto mais folk americano e britânico.
Este «Kill To Get Crimson» é um excelente sucessor de «Shangri-la» (2004), e reúne uma dúzia de belas canções. A voz grave de Knopfler assenta na perfeição em canções superiormente produzidas onde as cordas predominam, mas onde há espaço para sopros, teclas, e até acordeão (oiça-se «Secondary Waltz»), tudo harmonicamente melodioso.
Mas o melhor que encontramos é «Pubish The Monkey», que resume na perfeição o que é Mark Knopfler em 2007.
Não é por acaso que este disco está a gerar consenso na imprensa britânica e americana, depois da colaboração com Emmylou Harris o disco a solo de Mark chega a receber nota 4 tanto na Uncut como na Rolling Stone.
Reconhecimento mais do que merecido para mais um belo disco de Mark Knopfler.

João Gonçalves


Eu já ouvi e gostei muito deste ultimo álbum, pois tem a sonoridade característica dos discos do Mark...para já não falar das guitarras "finger picking" pela qual ele é tão bem conhecido. Aproveito também para deixar um alerta aos fãs dos Dire Straits (eu sou um deles)... Este álbum não tem muito a ver com os trabalhos dos Dire Straits nos anos 80. Mas vale sempre a pena ouvir as guitarras com um som muito característico do Mark Knopfler, pois essas continuam lá bem presentes.


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