sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Voo Nocturno



Agora já não vejo o sol
nem seu reflexo lunar

levo as asas nos bolsos
e o coração a planar

neste voo nocturno
nao sei onde vou aterrar

sinto as nuvens nos meus pulsos
e o leme sempre a consentir

sao sempre os mesmos ossos que eu insisto em partir
neste voo nocturno só quero mesmo resistir (x2)

neste voo nocturno sou mais leve do que o ar
neste voo nocturno nao sei onde vou acordar

em baixo há manchas no canal
mas eu nao as quero ver

o aeroplano está frio
e as helices a ferver

o nariz do avião
só obedece a quem quiser

agora nao existe nada
o meu motor ou ralenti

vou revendo em surdina
tudo o que eu vivi

neste voo nocturno
a madrugada veem ai (2x)

neste voo nocturno sou mais leve do que o ar
neste voo nocturno nao sei onde vou acordar (2x)


Jorge Palma

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